Oeirense conquista título de doutora após defesa pública de tese sobre antigo Ginásio Municipal

A professora Amada de Cássia Campos Reis teve sua tese de doutorado aprovada pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Piauí (UFPI). A defesa pública da tese aconteceu nesta segunda-feira, 11, em Oeiras, cidade natal da nova doutora.

Intitulado “O Ensino Secundário Ginasial no Piauí Republicano: revelando a cultura escolar do Ginásio Municipal Oeirense”, o estudo foi baseado no antigo educandário, que funcionou entre 1952 e 1969, no prédio que, atualmente, abriga o Campus de Oeiras da Universidade Estadual do Piauí (UESPI).

E foi o auditório da antigo Ginásio Municipal, o ambiente escolhido para a defesa pública da tese de doutorado de Amada Campos. O evento, sem precedentes na cidade, reuniu um grande público. “Essa pesquisa surgiu do desejo de querer conhecer mais profundamente, de forma mais verticalizada, a educação da minha terra. Já tinha feito um trabalho anterior, que falei mais especificamente sobre o ensino em Oeiras nas primeiras letras. Agora, resolvi aprofundar e fazer um estudo mais específico do ensino secundário. Então, escolhi o Ginásio Municipal, uma escola de grande importância histórica para a cidade”, argumenta a doutora.

“Foi aqui em Oeiras onde foi criada a primeira instituição de ensino secundário do Piauí e esta instituição nos foi tirada para Teresina, no momento da transferência da capital. Oeiras passou, então, cem anos sem um ensino secundário. Essa escola, o Ginásio Municipal, veio quebrar esse regime de cem anos sem ensino secundário na nossa cidade. É uma instituição de grande importância histórica para a cidade e, como filha da terra, vi uma oportunidade, um campo aberto, onde poderia estar resgatando essa história”, complementa Amanda Campos.

Para a professora, a pesquisa apresentada é um presente de aniversário para a cidade natal, que no próximo dia 26 de dezembro, completa 300 anos de história. “Hoje, estou trazendo para Oeiras esta história como um presente pelos seus 300 anos. Me sinto muito gratificada por estar vivendo este momento e por trazer para nossa cidade essa contribuição e este resgate da sua história, espero que ajude a recompor a memória histórica”, brinda a pesquisadora.

O trabalho foi orientado pela professora doutora Maria do Amparo Ferro, da UFPI. “Foi um trabalho de muito fôlego. Durante estes quatro anos de curso, ela fez um estudo em que buscou, garimpou, procurou e conseguiu um volume de fontes que davam notícia do ginásio, como poucos doutorandos conseguem. São fontes documentais, iconográficas e oficiais – leis, decretos, mensagens governamentais. Buscou também ouvir as pessoas, e fez isso de uma forma bem interessante, porque além de usar a história oral comum, normal, ela ousou e usou também ferramentas da internet”, louva a orientadora da tese.

“O resultado disso é que ela conseguiu escrever e organizar um texto de quase 400 páginas, em que faz uma retrospectiva da história do ensino secundário no Brasil, no Piauí e foca, de forma particularizada, o Ginásio Municipal Oeirense. E nesse momento, mostra sua toda sua capacidade como pesquisadora, demonstrando aspectos do ginásio que estavam ocultos ou talvez as pessoas nem lembrassem”, comenta Maria do Amparo Ferro, informando que a avaliação da tese foi tão positiva, que a banca recomendou que o trabalho fosse publicado, levando em consideração sua importância e consistência científica e histórica.

Além de Amparo Ferro, outros seis professores compuseram a banca de avaliação da tese de doutorado da oeirense, entre eles, Rosa Fátima de Souza, professora doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) e componente do quadro docente da Universidade Estadual Paulista (UNESP). “Amada fez uma excelente tese de doutorado, que é uma contribuição muito importante para a história da educação brasileira, do Estado do Piauí, e principalmente para a história da cidade de Oeiras. Ela mobilizou muitas fontes, documentos e fez um trabalho de fôlego intelectual muito importante”, elogia Rosa Fátima de Souza.

Após a defesa da tese, Amada recebeu familiares, amigos e convidados para uma noite cultural, no Major Selemérico.

Amada de Cássia Campos Reis

Além do título de doutora, Amada de Cássia Campos Reis possui Graduação em Pedagogia pela Universidade Federal do Piauí (2002), Especialização em Docência Superior lato sensu pela Faculdade São Judas Tadeu Teresina-PI (2004) e Mestrado em Educação pela Universidade Federal do Piauí (2006). Atualmente é professora efetiva da Universidade Federal do Piauí – UFPI. É membro do Núcleo de Educação, História e Memória (NEHME/UFPI), da Sociedade Brasileira de História da Educação (SBHE), da Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED).

Foi professora efetiva da Faculdade Piauiense (FAP) e da Faculdade de Ensino Superior do Piauí (FAESPI); professora substituta do Instituto de Ensino Superior Múltiplo (IESM) da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e da Universidade Federal do Piauí (UFPI); e professora efetiva da rede pública do Estado do Piauí e do Município de Teresina-PI. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em História da Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: educação, história e memória. Tem desenvolvido pesquisas com destaque nesse campo apresentando seus resultados na forma de artigos científicos e livros. Tem participação efetiva em congressos, seminários e outros eventos acadêmicos da área da educação em âmbito local, regional e internacional.

 

 

 

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